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sexta-feira, 27 de março de 2009
flagelo
E se um dia eu pudesse inflamar minha alma
como uma fênix que alasse por sobre o mundo
e incendiasse todos os corações expurgando-os:
tornaria-me o Senhor das Paixões.
Ou, senão, fosse uma negra nuvem pairando no céu,
tapando o sol e tornando o dia uma gélida noite;
onde minhas gotas de lágrimas e sangue preciptassem:
tornaria-me o Senhor dos Flagelos.
Ainda que eu fosse só um mar revolto, atormentado
pela busca ansiosa de tomar a Lua para si,
engolfando navios e pescadores de ilusões:
tornaria-me o Senhor das Decisões.
Se meu povo me idolatrasse (sim, me idolatrassem),
se me vissem como um pseudo-mártir e orassem,
construiria uma igreja e pregaria o meu nome:
tornaria-me o Senhor dos Homens.
Mas ainda que eu fosse o Senhor dos Senhores,
que eu detesse o poder das Decisões,
o sufrágio dos Flagelos, ou o cupido das Paixões,
eu jamais me tornaria o Senhor do Seu Coração
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