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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

IMPERFEIÇÃO

O som do vento era perfeito
A chuva era perfeita
O sol era perfeito
Minha mente era perfeita
Não fosse a maldição
Andar na rua era perfeito
Meu riso era perfeito
A noite era perfeita
Os olhares eram perfeitos
Não fosse a maldição
O dia poderia ser perfeito
Os sons eram perfeitos
A terra era perfeita
Se não fosse a maldita maldição
A mentira é perfeita
A verdade imperfeição
A tristeza é perfeita
Alegria imperfeição
E a infame maldição
Querer era perfeito
Nunca ter, imperfeição
Maldição
Humano é o maldito
Gente, maldição
Se eu fosse formiga Perfeição
Eu sou humana Maldição.

SEM SENTIMENTOS.

E ele joga os dados
brinca serelepe entre sarças
sarças que moldam o seu berço
come o medo, devora o ódio
joga os dados sem tomar tento

Joga os dados e vê no que dá
pega os peões e começa a andar
um jogo de ódio, rancores no lar
odiosas gargalhadas soltas no ar

Pequeno ser maldito, com o destino, a brincar
toma de arrombo almas de corpos a putrefar
Se da morte és novo avatar secular
Parece que os homens ainda hão de matar

E segue assim a jogar dados
pequena criança, demônio infernal
corre serelepe entre secas sarças
brinca com o ódio de um mundo banal

DOR DE UM POEMA

Consigo buscar lá no fundo de minha alma,

Toda minha tristeza em um só lugar.

Lembranças contínuas.

Contínuos medos.

Medos passados.

Passados negros.

Me despedaçam por dentro.

Dilatam meus sentimentos bons.

Pequenos, mas valiosos.

Sombrios, e prisioneiros.

Amo minha solidão.

Com ela expresso meus lamentos.

Mas com ela tenho o meu vazio.

Com ela transformo meus sentimentos em poesia.

Meu medo de ser sempre sozinho.

Meu medo de nunca aprender a amar.

Expresso-lhes em pequena folha de papel.

DIAS SOMBRIOS.

Como voltar alegre ao meu labor
Se não tenho a vantagem da dormida?
Se o dia tem na noite um opressor,
E a noite pelo dia é oprimida?
Mesmo inimigos ambos se mostrando,
Os dois se unem pra me torturar;
Por meu labor de ti só me afastar.
Que tu brilhas por ele eu digo ao dia,
E o alegras, se o céu fica nublado.
Mas bajulo da noite a tez sombria:
Sem astros, tu lhe dás teu tom dourado.
Mas os dias só trazem dissabores,
E as noites fortalecem minhas dores.

LEMBRANÇAS

as vezes as lembranças
doem na alma as vezes
elas sao dor orror e
desgosto

magoas coisas passadas
ocultas e obiscuras
coisas enfrentadas
as vezes ne podem ser curadas
porque sao muito
maltratadas

vida as vezes fria sem sentido vazia
sem a maior perceberança
as vezes sem confiança

vida de cao as vezes paresce
uma maldiçao que vem da
escuridao enchendo-nos
ilusao que vem da escuridao tem que aver
soluçao.

formando a solidao
vida maltratos e
desperdicios sem compreençao
so a destruiçao

viver e ver pra acontecer a compreender
saber vencer e entender

sinta a vida o vento batendo-o em seu
rosto a liberdade

e coisas passadas as vezes nao
nao encontradas mas que ianda serao

libertadas.

OUTRA MNHÃ

Outra manhã,
espero um outro dia,
uma noite sã,
e eu sou quem não queria...

O céu nublado esconde o céu azul,
que encobre a estrela que cobre o corpo nu,
corpo fechado aberto pra viver,
sem saber onde, quando e porquê?

Estou tão calmo espero o carnaval passar
longe de mim,
estou descalço meu chão se inclinou assim...

Sigo um caminho racional,
espero o tempo me dizer, se ainda há tempo pra perder,
espero a chuva me molhar,
espero o vento me secar,
espero o dia terminar,
pra me recompor, pra dizer que passou!

O SILÊNCIO

Silêncio é falta de palavras,
Silêncio é falta de melodia,
Silêncio é falta de cor,
Silêncio é falta do dia,
Silêncio é falta de vento,
Silêncio é falta de ser,
Silêncio é falta de ramos,
Na árvore a crescer,
O silêncio é sólido,
O silêncio é o silêncio,
O silêncio é o amor que oculta o ódio,
O silêncio é o curandeiro sonhador,
O silêncio é o amante,
Quando caímos esgotados em sono,
O silêncio é nosso dono,
O silêncio é o bater do espírito,
O rufar calado das emoções,
Silencioso,Nos nossos corações.

O ESTILO DE VIDA ÁS SOMBRAS

Porque, com orgulho, seremos aqueles
aqueles que, às sombras, viverão;
seremos o povo das trevas, reles
servos da deliciosa e compreensível escuridão.

Seremos os adoradores da chuva
e a Lua será nossa Senhora;
a noite nos cairá como uma luva,
e ao sol não haverá mais hora...

E correremos diante de nosso medo
e a coragem não nos será herança;
não existirão amores, nem tarde, nem cedo
- existirá a inocência e nossa alma, de novo, será criança.

Seremos a tribo mui além da tribo
a coletividade abraçar-nos-á como a irmãos;
a vida nos expulsará: haverá um outro limbo.
Teremos espinhos e nódoas nos corações...

CARTA AO ANJO DA MORTE

Que mundo negro é esse,
envolto em chamas vermelhas demoníacas
cujo sangue sujo, pardo de terror e medo
sublima dos corpos putrefatos dos que caminham?

Qual anjo negro és tu?
Aquele que do destino gera ilusões
provoca dor lacerante de uma vida supérflua
impregnada de amargas e puras tentações?

Terá a vida algum real sentido?
Dos sorrisos doentios que da agonia permeiam
doce ódio, embriagante fúria,
é assim que um coração se incendeia?

Enfrento-te agora anjo da morte
eu, e talvez outros mil
pois se do inferno brotam ódio e asco
asco e ódio formam nós mil...

VIDA

Vida,
Tediosa existência,
Incessante movimentação,
Eterna dúvida,
Maior dos mistérios

O que senão o sono,
O inibidor dos sentidos,
Para nos desprender daqui,
Oh, sofrido mundo!
O sono é a morte dos que ainda vivem

Para os que dele retornam,
Resta apenas serem tolos
E procurarem a felicidade
Ou serem sábios
E procurarem evitar a dor
Ciclo vicioso, degradante, tedioso

O que senão o sono eterno,
O finalizador dos sentidos,
Para nos tirar daqui,
Oh, sofrido mundo!
A morte é o sono dos que não vivem

Os que para ela foram,
Aqui não mais retornarão
Resta-lhes o nada,
Fazer nada,
Não serem, pois nada são
Nada é!
Não há ciclo
Apenas a degradação completa

Insistentes,
As artes preencherão o vazio de tuas almas
Pobres almas...
Destroçadas pela vida
O sono,
O analgésico para a dor da vida

O CADÁVER

Há tempos que não sentia a brisa.
Meus olhos estão abertos,
Por perto vejo meu caixão aos pedaços.
Reluzindo o brilho da lua.
Estou com medo de me erguer,
Não sei se vou suportar esta massa pútrida,
Que em minhas narinas repugna-me desproporcionadamente.
O que tenho a perder?
Levanto-me,
Mas minha coluna se parte,
Meu tronco fica ereto,
Apoiado por meus braços.
Mas minha cabeça despenca sobre o apoio que também desmorona.
Por fim,
Aqui estou a contemplar o cheiro escroto dos vermes de minha existência

BASTA VOCÊ ACREDITAR.

Os meus pés estão cansados
Eu já não sei aonde vão me levar
Ando pela mesma estrada
Mas o caminho eu não posso encontrar

Eu passo os dias sem dormir
A madrugada em claro
E o canal fora do ar
Sigo em frente triste e sozinho
Me disseram pra eu continuar

De agora em diante você vai ver
Que tudo pode acontecer
É só você acreditar
Que sua vida vai mudar
Vai mudar

Pelo vidro do meu carro
A chuva não me deixa mais enxergar
Molha meus olhos,minhas lágrimas
Cega meu coração que dói às vezes sem saber

Eu já perdi tempo aqui tentando entender
O que a vida quis mostrar
Sei que chegou a hora de partir
Mas a dúvida não me deixa aceitar

De agora em diante você vai ver
Que tudo pode acontecer
É só você acreditar
Que sua vida vai mudar

De agora em diante você vai ver
Que tudo pode acontecer
É só você acreditar
Que sua vida vai mudar
Vai mudar

Os meus pés estão cansados
Eu já não sei aonde vão me levar

TEM DIAS.

Tem dias que está tudo bem
Tem dias que também o medo vem
Tem dias que o silêncio me diz
Tem dias que não sou ninguém

Tem dias que a solidão me leva pra longe

Procuro flores em lugares distantes
Procuro amores em modelos errante
Procuro a verdade no olhar
Procuro a verdade no seu olhar

Tem dias que a solidão me leva pra longe
Tem dias que a solidão me leva pra longe

Tem dias que está tudo bem
Tem dias que também o medo vem
Tem dias que o silêncio me diz
Tem dias que não sou ninguém

Tem dias que a solidão me leva pra longe

Procuro flores em lugares distantes
Procuro amores em modelos errantes
Procuro a verdade no olhar
Procuro a verdade no seu olhar

Então me leva pra ver o sol
Descobrir o que há de melhor
Por trás da serra,um paraíso perdido
Por trás dos seus olhos,a magia de um sorriso

Tenho saudades,tembém tenho vontades
Quero te abraçar,mas não quero enxergar
Eu vou ganhar,mas às vezes vou perder
Pra poder aprender,quem sabe ensinar

Tem dias que a solidão
 
©2007 '' Por Elke di Barros