marcadores

quarta-feira, 23 de junho de 2010


ode ás águas de são paulo (ou o canto da raposa)

Uma mão á testa em ligeira reverencia
Sobre o balcão da padaria como imagem no altar
Uma irreverente garrafa de cerveja

A mente tranqüila como céu de inverno
Sentimentos fazem barulho como a queda da cachoeira
Mas a água da poça não molha a lua que reflete

Da vida a melhor ocupação
Tirar sarro de tudo e nada levar a sério
O bom humor pode encher o estomago

Ser humano
Um animal com personalidade
Ingrato por natureza

Nada de sagrado
de profano
Atear fogo no paraíso e apagar as chamas do inferno

Desejos e sentimentos
Apetites e paixões Arsenal de feitiços da raposa

Ao som do vinho
E o sabor da musica
Minha mente dança como louca

Surge o lobo
E come a raposa
Obrigado senhor lobo

Me agarro a cauda do lobo
Sem medo que me morda
Apenas não quero que escapes

Me mate e aniquile
Faz de mim alimento a teus filhotes como agradecimento
Por me livrar dos encantos da raposa

Como bonecos de teatro bunrako
Sou manipulado a bel prazer
Pelos caprichos do destino

Minha mente vaga como as nuvens
Flexível como um gato
entro e saio por entre dias e

Agora desejos e paixões
Encontram dentro de mim
Apenas um cemitério abandonado

E o mundo me parece
Uma velha bruxa sem dentes
A sorrir pela morte de seus maridos

Meu estomago é meio vazio
Mas meus músculos florescem sob o sol do trabalho
Meus ossos aos poucos se fortalecem

Polindo minha alma
Afiando minha mente
Um sabre veloz como um raio corta o vento

Mesmo entre os montes de concreto da cidade
Por entre o entulho surgem bons sentimentos
E
m
algum quintal desabrocha um pessegueiro

autoria de: Vilkolakis Suicidal Tendencies

Nenhum comentário:

 
©2007 '' Por Elke di Barros